Os jogos eletrônicos influenciam ou favorecem o comportamento violento dos jovens?

 


 

Uma grande sombra tem recaído sobre a comunidade gamer. Aparentemente, querem nos usar como bode expiatório com o discurso de que jogar incita a violência, discurso embolorado e raso, reaceso por um crime terrível ocorrido na última semana de fevereiro.

Sol, como era conhecida a jovem gamer de 19 anos, foi covardemente atacada e morta por quem imaginou ser um parceiro de Call of Duty, que, antes mesmo de entregar-se à polícia, o assassino confesso (a.k.a. Digno de cadeira elétrica) registrou suas motivações em arquivo, reclamava da falta de emprego, do fracasso de sua vida pessoal e culpou mulheres, um traço comportamental típico dos incels (que é a abreviatura da expressão em inglês "involuntary celibates" (celibatários involuntários), de fóruns anônimos, conhecidos como chans), com uma óbvia psicopatia. Ele mesmo cita falhas da sociedade como um todo para justificar o crime horrendo... injustificável, e não encarar os FATOS só posterga a discussão que é necessária, que deveria estar acontecendo entre nós gamers. A toxicidade generalizada em nossas comunidades, a violência, hostilidade e animosidade com as gurias (gíria para meninas onde moro), ou com qualquer outra pessoa que não seja igual a você, com os tiozões, papais e mamães que jogam, ou com os pequenos aprendizes aspirantes a gamers. Sim, elas também curtem FPS, e jogam tanto quanto você (e muitas vezes bem mais). Tentar invalidar as suas habilidades ou até mesmo assediá-las com intuito de intimidação é passar atestado de imaturo e fracassado.

Essa hostilidade com os grupos citados é um exemplo verdadeiro de violência NA NOSSA COMUNIDADE. Sim, temos jogos que simulam a violência da vida real, e eles são os mais legais, mas não são e não devem ser usados como bodes expiatórios pelo nível da sanidade das pessoas, tampouco pela violência inerente ao ser humano, sem mencionar toda essa situação caótica de pandemia que fomenta o desgosto generalizado. 


Agora quanto ao bode, que já estava na chuva...hehehe

 

É fato que, nos últimos 20 anos, a escolha dos jogos eletrônicos como bode expiatório de crimes bárbaros se dá pelo desconhecimento das pessoas que fazem essas críticas. O videogame é uma mídia relativamente nova e, portanto, difícil de ser compreendida por quem não a experimenta, fica mais fácil classificar o game como um fator de gatilho para a violência. Mas não existe nenhum estudo científico que comprove que os jogos violentos podem contribuir para surtos psicóticos.

 

 

Aliás, novos estudos têm sido publicados sobre o tema e especialistas dizem que há poucas evidências ligando jogos violentos à violência no mundo real, disse Andrew Przybylski, professor associado da Universidade de Oxford que estuda mídias digitaisDe acordo com o estudioso, "Os jogos apenas se tornaram mais realistas. Praticantes e jogos violentos apenas se tornaram mais diversificados. E estes jogos agora são jogados no mundo todo".

Algumas pesquisas sugerem que, ao invés de predisporem os jovens à violência, os videogames podem, de fato, reduzir a agressão no mundo real, permitindo que as pessoas canalizem seus sentimentos nos consoles de jogos (em vez de outras pessoas).  

Mas, acima de tudo, ao culpar os videogames em vez de se aprofundar nas causas primordiais da violência, "nós reduzimos o valor do discurso político sobre o tema, porque estamos buscando respostas fáceis em vez de encarar verdades duras."

 A comunidade gamer precisa ser urgentemente discutida. Seus aspectos preconceituosos, racistas e machistas precisam ser repudiados e reformados.

E isso passa por discutir videogames de maneira séria – não como coisa de fã, somente.

 

Fonte sobre os estudos sobre a relação entre violência e jogos eletrônicos - CNN Brasil

 

 

 

 


Comentários

  1. Você abordou um assunto bem espinhoso, porém pertinente. A comunidade gamer não pode permitir que infelizes fracassados deturpem essa atividade prazerosa e, para alguns, até terapêutica.

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